sexta-feira, 20 de março de 2009

Poesia de Baixo-Ventre

Tu – você

És parte agora

Do degradante cenário

Oculto atrás das cortinas do teu palácio



Nua – pelada

Maravilhada pelo furor

Que domina teus tenros dezessete anos



Deflorada – fodida

No intelecto e na carne

Dia após dia, minha deusa

Ídolo da minha heresia



Alva – pálida

Agarrada ao lençol

De pernas abertas, unha entre as pernas



Vislumbrada – viciada

Diante do orgasmo

Que teu corpo preenche

E num espasmo delirante tua alma desarma



Encanto – tesão

Escrivão da história

Morta em tua boca na solidão das madrugadas



Dissimulada – traíra

Mãe da mentira, vadia

És um simulacro indefectível

Lacerando egos, devorando poesia



Reservada – exilada

Em tua pele de ninfa suicida

Prostitui-te ao gozo sádico em tua monofobia



Apaixonada – puta

Suprema arquiteta venal

Do amor bélico, que fere

Do amor fálico, que cura



Do amor que não mais te cai bem

Do amor que faz impuras

As palavras do próprio amor

Este amor que não mais nos convém

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre adoro o que tu escreves!!
Marilisa