Tu – você
És parte agora
Do degradante cenário
Oculto atrás das cortinas do teu palácio
Nua – pelada
Maravilhada pelo furor
Que domina teus tenros dezessete anos
Deflorada – fodida
No intelecto e na carne
Dia após dia, minha deusa
Ídolo da minha heresia
Alva – pálida
Agarrada ao lençol
De pernas abertas, unha entre as pernas
Vislumbrada – viciada
Diante do orgasmo
Que teu corpo preenche
E num espasmo delirante tua alma desarma
Encanto – tesão
Escrivão da história
Morta em tua boca na solidão das madrugadas
Dissimulada – traíra
Mãe da mentira, vadia
És um simulacro indefectível
Lacerando egos, devorando poesia
Reservada – exilada
Em tua pele de ninfa suicida
Prostitui-te ao gozo sádico em tua monofobia
Apaixonada – puta
Suprema arquiteta venal
Do amor bélico, que fere
Do amor fálico, que cura
Do amor que não mais te cai bem
Do amor que faz impuras
As palavras do próprio amor
Este amor que não mais nos convém
Um comentário:
Sempre adoro o que tu escreves!!
Marilisa
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