segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Abaixo do Céu

A verdade é esta: Eu sou a luxúria adolescente
Preso em um mundo de música eletrônica
Onde as grades são garotas de saias curtas e bocas vermelhas
Minha primeira lei: Não conte com deus
Se você souber se comportar, será a estrela faiscante da noite
Minha segunda lei: Não conte com ninguém
Eles me oferecem algumas gramas de pó, e eu digo: sim, eu quero
Minha terceira lei: Seus limites são sempre redefiníveis
A verdade é esta: Nós não nos importamos
Se tivermos uma arma, será o fim
Eu calculo que isto sirva
Eu calculo todas as medidas
Se algo der errado, corram para a porta dos fundos
Nos encontramos no Paraíso
Minha quarta lei: É possível reconstruir o Paraíso com vícios amontoados
Desinfete suas seringas, tenha cuidado com quem você conversa
Tenha sempre em mãos dinheiro suficiente
A verdade é: a humanidade precisa de menos roupas e mais idéias
Minha realidade é feita disso:

Coxas e seios em preto-e-branco granulado
Masturbação artística
Longas noites acordado em frente ao novo século
E de repente o tempo vai embora sem você

Eu vou fazendo anotações mentais enquanto corro:
Um: Organize o caos
Dois: Mantenha o controle
Três: Se você quer sobreviver, tem de estar disposto a matar

A verdade é: o mundo não precisa de nós, mas nós precisamos dele
Ela me diz: Eu gostei de você
E nossas línguas lutam entre si
O volume aumenta e a verdade é: você precisa estar pronto quando a verdade chegar
Nota pessoal: A fé deve ser descartada
Minha quinta lei: Use sempre camisas de mangas compridas
A liberdade não é o que você espera conseguir, mas sim aquilo que aprendeu a rejeitar
Nós estamos dopados e você nem percebeu
Eu sou a síntese da elegância decadente
Você paga algumas bebidas, e pode foder a noite toda
Nós temos a porra da arma, e ela está apontada para a sua cabeça
Dê-nos o que precisamos, e talvez iremos embora
A verdade é: o salão está escuro porque precisamos esconder nossas marcas
Minha sexta lei: Tenha dinheiro. Tenha drogas. Tenha o mundo.
Nesta prisão onde estamos, os carcereiros são:

Os homens da lei
Os homens de deus
Os homens da mídia
Os homens

Aqui é tudo muito belo, mesmo quando não é
Minha sétima lei: Se tudo acabar agora é preciso estar disposto a enfrentar as conseqüências, mesmo que isso signifique descobrir que é tarde demais para ser salvo
No Meu Paraíso, elas se amontoam em volta de mim e eu digo:
Antes de transcender, é preciso compreender
Violentar, sem ser violentado
Devemos viver com paixão, e morrer apaixonados
A verdade é: nós estamos aqui, mas não permaneceremos aqui
Nota pessoal: descubra como lidar com isso
Dançando na pista, nós vamos imprimindo nossos nomes sobre os seus
Construindo prédios maiores, usando drogas melhores e aperfeiçoando os erros
Eu me tornei o que era preciso
Eu sou sua garantia
Nota pessoal: Se você pode fazer algo, torna-se sua obrigação fazê-lo
Vivendo à margem da humanidade, não estaremos no centro do alvo
Nota pessoal: a verdade é que apenas as mentiras levam a algum lugar
Certa vez eu escrevi no verso de uma folha: Este é o lado certo. Este é o meu lado.
Se alguém viesse até aqui, veria como é suja e linda nossa heresia política
Se pudessem nos ver agora,

Com todo esse horror dentro de nós
Com esses anjos rebeldes e alucinados que nos cercam
Nota pessoal: pelo preço certo, todos nós podemos voar
Com essas luzes que não iluminam
Essa fúria exalada no ar e o organismo pulsante que somos
Com os cabelos tingidos e peles úmidas que nos tocam
Com nossas roupas e conceitos que vão caindo
Com todo o heroísmo e heroína de que somos feitos

Bem, ninguém poderia ver





Minha oitava e última lei: É preciso saber quando parar. E então, seguir em frente.

domingo, 28 de setembro de 2008

A Recaída do Filósofo Aposentado

- Ótimo, só me faltava essa mesmo... perdi a carteira de identidade.

- Perdeu?

- Perdi. Agora não sei mais quem eu sou... de novo.

* * *

Peço extremas desculpas a todos que acabaram de ler esta tentativa de anedota, mas não pude me conter...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Arte, Silêncio, Pseudo-Intelectualismo e eu

- Não seria melhor chamarem o pessoal da limpeza?

- Por que?

- Vomitaram esse quadro todo.

- Não tem nada vomitado aqui. Esse é o quadro.

- E o que isso representa?

- Ele representa a incompreensão da massa ignorante em relação a uma obra de arte.

- Faz sentido... você que o pintou?

- Na verdade, não.

- Então como sabe que isso é o que ele representa?

- Não faço parte da massa ignorante.

- Ah... tudo bem. Só uma pergunta. Por que o nome do quadro é “Indigestão”?

- Ok, vamos embora.


Baseado num fato surreal.

sábado, 13 de setembro de 2008

2 reais

Quer trocar suas baterias ou panela de pressão velhas por uma bola colorida?

É só por hoje!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Para Momomo

Eu quis escrever alguma coisa aqui,
mas senti cansaço demais
e voltei para a cama

Eu continuo sofrendo da Síndrome de Mim Mesmo

Eu, Aqui

Eu sinto vontade de ser um cão louco sacrificado no asfalto. Uma necessidade incontrolável me obriga a escrever o que quer que seja, sentado em frente ao computador ao lado de uma garrafa de bebida qualquer. Eu preciso dizer isso, a quem quer que seja: eu não estou vivo. Não agora. Eu estou jogado em um limbo desgraçado e terrível que torna tudo branco, sem vida. Parece como uma longa e indolor anestesia que torna tudo distante, intocável. E por um tempo pensei em escrever sobre isso, mas do que adiantaria? À merda com a literatura. À merda comigo mesmo. Ninguém pode se sentir tão incompleto, e eu sou Ninguém. Ponho músicas chorosas pra tocar e fico pensando no que vale a pena ser dito. Esse é o fato: eu não tenho nada a dizer. Nada. Uma pessoa, afinal, que não sente coisa alguma, não pode simplesmente falsificar emoções a bel prazer, somente para satisfazer suas necessidades pessoais.
Então é mais fácil escrever qualquer coisa, sobre absolutamente nada. É o que mais me parece verdadeiro agora, o único sentimento original que me vêm à mente. Dentro de minha cabeça é um completo vazio, com uma levíssima camada de melancolia ao redor. Mas, dentro dela, nada. Nihil. Eu sei, eu estou certo que sim, alguém em algum lugar em uma Colina No Fim do Mundo sabe como é se sentir assim. Apenas a consciência da apatia, como um rádio que se esqueceram de desligar, e deixaram ali para que chiasse fora de sintonia por um tempo incalculável.
Eu queria escrever sobre a minha vida. Escrever histórias honestas e verdadeiras ao invés de camuflar cada dia e momento em contos e poemas indecifráveis, projetando em todos os personagens e histórias um pedaço do que eu, como verme rastejante cortado em pedaços, não consigo assumir. Eu tenho uma vida patética, sem controle, baseada em livros, sexo e desculpas. Creio que eu devo ser uma criatura nojenta. Daquele tipo que acabará sozinho na vida, encurralado em um quarto grudento de pó dando nomes aos cigarros e dialogando com um quadro de Charles Chaplin na parede. A pergunta que eu mais me faço, já que me deu ao luxo de fazer perguntas a mim mesmo, ainda que geralmente não obtenha respostas, é: onde fica a saída?
Nota pessoal um: Bukowski escreveu: “Os grandes poetas morrem em penicos fumegantes de merda.”
Nota pessoal dois, totalmente irrelevante: eu escrevi: “Duvidar do inferno é contestar a realidade.”
Uma vida monótona é tudo o que eu tenho. Não posso escrever sobre algo que não existe, que se torna cada dia menos real e mais dissolvido na rotina implacável destinada a todos nós, abomináveis homens das Terras Desconhecidas. Existem muitos outros por aí afora, além da janela aberta que me exibe a cidade, redigindo com talento verdadeiras histórias que devem ser lidas, hoje ou amanhã, e aplaudidas logo mais. Pessoas a quem eu tiraria o chapéu, exibindo minha cabeça rachada e doente e oca e devastada para que pudessem falar sobre ela em algum lugar do futuro e, quem sabe, talvez, eu não sei, alguém se lembrasse de mim e da minha inexistência plena durante uma conversa de fim de noite.
No mais, continuo seguindo por aqui, murmurando palavras às baratas debaixo da cama ou contornando os desenhos que encontrar. Bebendo, fumando, suportando, vegetando. Sem comer em excesso, sem gritar, com o rosto e os olhos livres de lágrimas e desprovido de capacidade para deixar de respirar. Toda possível criação me parece agora apenas mais um pedaço de merda flutuante navegando por essa latrina fedorenta que é o mundo. Cá entre mim e as paredes, acho que Bukowski haveria de concordar comigo. Minha biografia continua intacta sobre a mesa: um maço de papéis em branco.
E, se existir uma alma qualquer transitando por esses lados, e se for capaz de ouvir o chiar inquietante do rádio, peço com carinho que interrompa sua caminhada e, piedosamente, venha desligá-lo.

Frances Recebe Uma Pedra de Carvão

Se eu soubesse cantar, escreveria uma canção
Sobre os frutos que já nascem despedaçados
No assoalho abaixo da cama

Eu poderia criar uma melodia
Se fosse capaz de tocar qualquer coisa
Além do vento empoeirado que sopra

Para dentro dos meus olhos

Levantaria as persianas, e deixaria a luz entrar
Se eu soubesse como reagir
Se eu pudesse compreender

Todas as palavras secando nos muros
Ao lado de bengalas despachadas

Se eu pudesse me salvar
Acabaria sentenciando outros
Se eu tivesse de dizer qualquer coisa,
Não teria nada a dizer

Com vocês, a minha indolência
Para vocês, desculpem, não tenho nada

Se eu tentasse contar uma história,
Teria de começá-la pelo fim
E soaria mais ou menos,
Se eu pudesse escrevê-la,
Se você um dia quisesse lê-la,
Como uma lápide na maternidade

Eu ainda não aprendi a viver
Se eu pudesse faria algo melhor

Hoje À Noite Papai Saiu Para Matar Um Homem

Mamãe põe a água para esquentar
E Papai diz:

“Eu amo esta família”

O Homem hoje está chegando à lua,
Papai sentando ao meu lado diz:

“Eu estou saindo para construir um futuro”,
e tira da gaveta um bolo de papel brilhante
para dizer, desembrulhando a arma do celofane:

“Estou indo conquistar nosso alimento”,
e,
“Papai voltará ao amanhecer”

Esta noite Papai está saindo para o trabalho
E Mamãe tempera a salada com suas lágrimas de sal
A fumaça lá fora engole os carros,
Papai dizendo adeus me beija os olhos

E saindo pela porta ele vira e me diz:
“Tudo ficará bem, filho”

Nós estamos caçando esperanças
enquanto o Homem sapateia no espaço

Curitiba

Nesta cidade o céu à noite é sempre vermelho ou cinza. Nunca preto ou estrelado. Sempre coberto por nuvens desbotadas e densas, que fazem essa merda de mundo parecer uma merda ainda maior.
Curitiba, a terra dos pinhões.
Pelo menos sobraram alguns pinheiros sobre o asfalto para simbolizar o que quer que seja que sobrou dessa cidade nos últimos três séculos.
Depois de saltar do ônibus no ponto mais perto de casa, eu ando algumas três quadras sob esse céu nublado e meio rubro. Eu posso jurar que, se chovesse agora, as gotas de chuva não seriam água, mas sangue. Todo o sangue derramado que evapora aqui, entre os becos, sob os viadutos, e sobe quente, fervendo, direto até o céu, para depois cair novamente sobre nós pecadores, sujos, mortais.
Descansando no bolso da jaqueta surrada pelos anos, um livro de qualquer poeta doente e maldito e, este sim, imortal, mas já livre do castigo da chuva vermelha que se precipita, resumido a palavras impressas e páginas de bolso. Uma vida toda de contos e poesia, de arte e pobreza, resumida a uma biografia de sessenta páginas sepultada no bolso de qualquer um. Quem sabe, eu penso, quem me dera, eu pudesse ter o mesmo fim, preso às gerações vindouras por um livro de capa dura e código de barras.
Quando estou na metade do caminho, quase passando em frente ao Mercado Municipal, de cabeça baixa e compenetrado em uma extrema alienação poética, surgem ali dois indivíduos, maltrapilhos e de cara fechada, dura. Um mais baixo e novo, o outro um quanto mais corpulento e açoitado pelo tempo, exatamente como minha jaqueta e o escritor enclausurado ali dentro, no ninho quente de tecido e costuras. Como se surgissem saídos de um esgoto ao lado da calçada, aparecem logo à minha frente e chegam junto a mim, caminhando na minha direção até pararem, bloqueando o caminho. Um fica mais atrás, outro na frente, de modo que não há como correr ou se esquivar.
Perguntam se eu quero morrer hoje, se eu quero, você quer?, passa o celular, a carteira, anda, porra, vai passando tudo, tá querendo morrer? Merda de noite, merda de ladrõezinhos estúpidos roubando o pouco que eu tenho, estragando minha noite um pouco mais. Eu não lhes dou nada, mas ainda assim tiram-me tudo. Apalpando e buscando, tirando, caçando, esvaziando meus bolsos sem que eu possa fazer muita coisa além de dar alguns empurrões e tentar me desvencilhar de suas mãos encardidas e maltratadas. Pegam uma coisa aqui, outra lá, segurando meus braços e apanhando a carteira, o celular — essa merda que afinal não serve pra muita coisa —, até mesmo as chaves de casa que atiram no meio-fio, mandam que tire a jaqueta, socam um pouco minhas costelas. A jaqueta não, porra, é velha, está fodida, eu quero ficar com o livro e terminar de ler pelo menos o conto que estaquei na metade, saber se ele traça ou não a velha viúva. Quer morrer, caralho?, tá afim de morrer seu merda?, passa logo, porra.
Então algumas pessoas vêm subindo a rua, e os dois e eu percebemos isso, e o céu continua fechado, vermelho, meio que sem decidir se chora ou não, e nós ali no meio da calçada se debatendo toscamente. Então eles fazem alguma coisa e saem correndo, rua acima, se enfiando em algum buraco, e eu ali, caindo sem jeito no chão, sobre as pedras cinzas do calçamento. Porra, o que eu queria mesmo saber é de onde veio aquele canivete, lâmina de dezesseis ou vinte centímetros, enfiada duas vezes na minha barriga, bem no estômago, abaixo das costelas batidas. Merda de guris, me levam tudo e ainda surgem com aquela faca, tirada de não sei onde, e enfiam duas vezes — DUAS, desgraçados — bem ali, perto do meu umbigo, meio que abrindo passagem pras minhas tripas fugirem em liberdade. Caído no chão, sangrando um sangue preto e fedorento, nauseante, pessoas subindo pela rua e surgindo de repente nas esquinas, mas ao menos fiquei com a jaqueta, vitorioso, o escritor imortal ali no bolso e eu aqui, morrendo sem futuro nenhum. Antes tivessem ao menos me esticado a faca e deixado que eu decidisse meu próprio destino, como tantos outros puderam fazer, e tirado minha própria vida com dignidade, tido a honra de cometer um legítimo suicídio, belo e puro e simples, ao invés de ser esfaqueado por uma dupla escrota que não saberia diferenciar um Rembrandt de um Escher, me deixando ali para vislumbrar a própria morte.
Tento encontrar afoitamente o celular no bolso da calça, ligar para alguém, talvez ainda haja tempo para pedir socorro e ir a um hospital, ser costurado e remendado e esperar até que os médicos e enfermeiras saiam do quarto e, então, em um leito branco e limpo, abrir os pontos ou tomar uma overdose e agarrar a escolha a qual não me permitiram tomar para mim, e me mandar daqui como um verdadeiro herói que com desprezo se desvencilha do mundo sórdido a que foi condenado. E, enfim, eu penso — talvez um celular não seja tão inútil assim, e toda aquela merda sobre perceber o valor das coisas apenas quando as perde seja verdadeira, e talvez, não, provavelmente, eu teria jorrado sangue suficiente para pintar uma casa de três quartos antes de receber ajuda.
Mas a vida é assim mesmo, feita de altos e baixos — como dizem por aí os velhos e capados sem alma nenhuma —; altos para aqueles que pisam sobre as cabeças dos que estão lá embaixo, chafurdando em um poça gorgolejante de concreto.
A coisa mais estranha acontece: uma música do Queen, Bohemian Rhapsody, começa a tocar no fundo da minha cabeça, aumentando o volume progressivamente, embaçando meus olhos enquanto meu estômago se revira dentro ou fora de mim. Rapsódia Boêmia, que bosta, não seria esse o título e melodia que eu escolheria pros meus últimos segundos.
Eu caio de costas, as luzes do poste se apagam ao longo da rua, as pessoas correm e assistem o fiapo de vida do seu desventurado narrador se esvaindo pela sarjeta e entrando pelas brechas do esgoto, o molho de chaves ali ao lado ficando meio marrom, avermelhado, a chave para a morte. No bolso o poeta imortal ainda espera por uma leitura que nunca vou concluir, e a música tilintando dentro do crânio vai emudecendo os gritos pela avenida, apagando as sensações e me deixando ali, com uma história inacabada, dois furos na barriga, uma vida de talentosa mediocridade e aspirações utópicas, e o intestino cheio de merda como qualquer outro.
Ao menos não terei que olhar para cima novamente e observar esse céu lamentoso e vermelho, e esperar que chova sangue pelas ruas, pois agora eu sou a chuva nas alamedas e a lama dos esgotos.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

5 de Abril

Minha vagina me causa náuseas
Ele está há três dias sem dormir
E a áfrica molhada grita de fome
E eu não posso mais

Não, eu simplesmente não posso

Minha vagina exala um odor fresco
De carne doce e suculenta
E a angústia escorre pernas abaixo
E eu quero que isso acabe

Eu quero que isso simplesmente termine

Minha vagina me faz companhia
Mas somos tão solitários
E eu vomito sobre ela
E ela pede por mais

Não, eu simplesmente não consigo

Minha vagina quer me dominar
Mas eu fujo a vinte tropeços por hora
E correndo para longe do cheiro
Eu estou apenas voltando ao começo

Simplesmente é muito difícil por aqui
Minha vagina é podre demais