sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O Terceiro Dia

O sol sobe seus degraus
E eu desço os meus
Antíteses condenadas
A um mesmo fim


Manchas não se lavam
Feridas anestesiadas
Não são esquecidas
Afogadas em rancor


O corpo moribundo
Daquele que um dia foi
Hoje está perdido
Numa pilha de lembranças


Hoje a sombra
Não procura a luz
Pois ela sabe que o sol
É o mais solitário de todos


A guilhotina de ponteiros
O chicotear das horas


Entorpecer, atormentar
Enfraquecer, suportar
Ceder, esquecer, entregar



No raiar do terceiro dia

4 comentários:

R. S. Diniz disse...

Ah, criou coragem e liberou os comentários!

Nos primeiros versos eu tive certeza de que era o Yohan.



Enfim, achei excelente, especialmente em se tratando do primeiro poema.

Welker disse...

Não se trata de coragem. Se trata de não ter muito o que comentar. Este poema só faz sentido se você tiver 17 anos, um gosto incomum por música exótica, um minúsculo senso de ridiculo e se o seu nome for Welker. Não que eu esteja reclamando, mas é que foi o meu primeiro poema, sabe...

ex-amnésico disse...

Se todo poeta pensasse assim, seria de se espantar que fossem escritos poemas!

Graz disse...

Que implicância com o nome. Rs.