quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sem

Eu era sem forma,
Eu me deformei
Não possuía repertório
Eu o roubei
Uma criança problemática
Que está cansada de problemas
A carta mais baixa
Como ele poderia vencer o jogo?
Eu não jogo baralho
Tão sem talento, sempre inoportuno
Eu ainda sou
A cicatriz que incomoda
Na contramão da moda
Apedrejando nossas janelas
Irracional demais, incapaz de falar
Ninguém poderia imaginar
Eu não tinha deus,
Hoje não tenho nada
Sem roteiro,
Eu rasguei as folhas
Não existe uma resposta
Todos o ignoraram, ele voltou
Eu estou aqui,
Estou indo embora
Eu era sem voz
Continuo um pouco mudo
Ele estava faminto, digeriu a si mesmo
Sem qualquer proteção,
Ele ainda é
Uma palavra de indignação
Eu não saberia dizer
Sempre o filho mais novo
Eu matei meus irmãos
Com a corda no pescoço,
Mas ainda sem a cabeça
Muito sujo, envolto em trapos
Todos se lembram do seu cheiro
Eu deixei de usar roupas
Eu me banho nos seus esgotos
Tão perturbado, digno de pena
Com uma pena escrevo as palavras que furtei
Eu era um aleijado
Ele cortou nossas pernas
Extremamente desprezível, diabólico
Ateando fogo no inferno
Eu era destrutivo,
Não sobrou nada para destruir
Sem luz, em quebrei todas as lâmpadas
Sem calor, ele apagou nossas fogueiras
Tão fraco, repulsivo, sempre sem nada
Como ele poderia ser?
Eu era sem chão,
Eu abri minha cova
Em cativeiro, ele não nos cativou
Eu era sem vida,
Hoje eu posso morrer
Tão sem começo,
Isso não significa que estejamos no fim

3 comentários:

Welker disse...

Queria saber comentar textos.

ex-amnésico disse...

Que tal: sem comentários!

R. S. Diniz disse...

Como se o Yohan desse importância aos comentários alheios. Tá, talvez os meus.



Tudo o que digo é que eu não posso morrer sem antes beber com esse indivíduo! E vai ser Black Label, pra selar a importância do encontro!