sexta-feira, 13 de março de 2009

Horror Vacui

Hoje a luz acabou

E ele se deparou

Com o medo de não brilhar

Uma vez na vida

De não piscar

Não salvar

Ao menos uma boa lembrança

Um vômito de esperança

É preciso parar

Para pensar e rever

Os atos e os fatos

Que ainda nos fazem temer



Esse horror vacui

Preenchendo o vazio

Incapaz de satisfazer o verme vil

Que habita o centro do mundo

E um pensamento

Imundo

Já se formou

Em um mergulho profundo

Na maré de carne

Devassa

Da putrefata massa

Que proclama em desgraça




Você não pode

Você não consegue

Ser mais do que um bode

Expiatório do caralho

Um fracasso

Inominável

Um pedaço, um retalho

Seja o que for será instável

Ferido e banido

Do único refúgio remanescente

O combalido ventre

Forçado ao delito

De expurgar outro maldito



Nascido no calendário errado

Entre lágrimas e sangue

Fadado ao fracasso

Nunca houve uma chance

Mas para quem nasce em gritos

Faminto, aflito

Enrugado e feio

Alimentado por um seio

Cansado e arquejante

Não existe perda ou dano

Do detrito ambulante

Ao flâneur mais profano



Absolutamente obsoleto

Este cão deformado

Ignorado no começo

Membro proletário

Decepado

Em um surto literário

Arcano

Perdido em um palimpsesto

Imaginário, urbano

Violador da Elite Esclarecida

Cidadão Y, eis aqui

À premissa de uma vida fodida



6 comentários:

Mila disse...

cara, faz isso virar música e ganhe uma nota!!! =)

Besossss, saudade do blog aquiii, agora só to on aos fds!!! =/

R. S. Diniz disse...

Lembra que eu falava que gostava do estilo dos seus poemas mas que faltava algo?


Bem, acho que era isso. Continue investindo em rimas. Acho que esse é bem o seu estilo.




E talvez eu devesse abandoná-las.

Isolado disse...

Caralho ...,esse foi foda hein?,

Muito bom, muito bom mesmo!.
Concordo plenamente com os dois aí de cima. Isso dá um puta som..., continue com as rimas.

Grazi disse...

Quanto a música, eu não concordo.

R. S. Diniz disse...

É, não ia soar muito bem.




A não ser que fosse grindcore...

Isolado disse...

... um punk mesmo!