Hoje a luz acabou
E ele se deparou
Com o medo de não brilhar
Uma vez na vida
De não piscar
Não salvar
Ao menos uma boa lembrança
Um vômito de esperança
É preciso parar
Para pensar e rever
Os atos e os fatos
Que ainda nos fazem temer
Esse horror vacui
Preenchendo o vazio
Incapaz de satisfazer o verme vil
Que habita o centro do mundo
E um pensamento
Imundo
Já se formou
Em um mergulho profundo
Na maré de carne
Devassa
Da putrefata massa
Que proclama em desgraça
Você não pode
Você não consegue
Ser mais do que um bode
Expiatório do caralho
Um fracasso
Inominável
Um pedaço, um retalho
Seja o que for será instável
Ferido e banido
Do único refúgio remanescente
O combalido ventre
Forçado ao delito
De expurgar outro maldito
Nascido no calendário errado
Entre lágrimas e sangue
Fadado ao fracasso
Nunca houve uma chance
Mas para quem nasce em gritos
Faminto, aflito
Enrugado e feio
Alimentado por um seio
Cansado e arquejante
Não existe perda ou dano
Do detrito ambulante
Ao flâneur mais profano
Absolutamente obsoleto
Este cão deformado
Ignorado no começo
Membro proletário
Decepado
Em um surto literário
Arcano
Perdido em um palimpsesto
Imaginário, urbano
Violador da Elite Esclarecida
Cidadão Y, eis aqui
À premissa de uma vida fodida
6 comentários:
cara, faz isso virar música e ganhe uma nota!!! =)
Besossss, saudade do blog aquiii, agora só to on aos fds!!! =/
Lembra que eu falava que gostava do estilo dos seus poemas mas que faltava algo?
Bem, acho que era isso. Continue investindo em rimas. Acho que esse é bem o seu estilo.
E talvez eu devesse abandoná-las.
Caralho ...,esse foi foda hein?,
Muito bom, muito bom mesmo!.
Concordo plenamente com os dois aí de cima. Isso dá um puta som..., continue com as rimas.
Quanto a música, eu não concordo.
É, não ia soar muito bem.
A não ser que fosse grindcore...
... um punk mesmo!
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