No Jardim das Flores Mortas
A garotinha acomoda-se na balança
E agitando suas perninhas no ar
Ela me diz que está acabando
Eu me mantenho apenas ouvindo
O lamento dos brinquedos esquecidos
O choro da mãe sobre o berço
O último suspiro de sua filha
Ainda não acabou
Você pode ficar aqui
Ela deseja morrer
Mas ainda não acabou
O vestido suspende acima dos joelhos
Ela diz que está no fundo do poço
Pede para que eu jogue terra por cima
Isso não irá durar até amanhã
Eu estou apenas assistindo
Seu prazer sendo assassinado
A garotinha rejeita a si mesma
E não existe desejo, apenas lembranças
Ainda não acabou
Você pode voltar
Ela deseja sofrer
Mas ainda não acabou
Com seus pezinhos ela revira a terra
Torturando os vermes e indo embora
Há sangue escorrendo de seus olhos
E eu preciso martirizá-la
Eu fico apenas esperando
A garotinha pular sem chegar ao chão
Enquanto caminha de encontro a algo
Que não pode enfrentar
Ainda não acabou
Você pode dizer adeus
Ela desejava dizer
Mas está tudo acabado
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
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Um comentário:
O eterno fim que nunca chega... Nunca?
Chega!
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