Vagos passos velados
Rumo às trevas vagando
Passos sóbrios, pesados
Pés fincados na calçada
Baleados pela razão
De quando em quando um olhar
Sobre os ombros recolhidos
O vento frígido a galopar
Um pensamento viciado
De náufrago social
Vício-ímpeto, vício-belo
Cobiça pura de marginal
Entregue à boca do precipício
Das drogas letais, dos Perdidos
Nos desperdícios causais
Dançando à deriva no mar da rotina
Lânguida língua estendida
Contra as ondas salinas
De lágrimas suarentas e piche
Abraçado às tábuas remanescentes
Tabula rasa vilã
Destroços sem rumo da Esquadra do Amanhã
Torpe navegador, desbravador interno
No horizonte da percepção vislumbra o Inferno
Cantando o canto dos Inebriados
Em um canto resguardado
Protegido em um manto de sombras
Máscara da Madrugada
Mãos trêmulas, ânsia em brasa
Ponta acesa, envenenada
Fumaça que alimenta a couraça do infiel
Vagos passos alados
Rumo a glória voando
Centro da cidade, templo temporário
Onde o Poeta em cinzento encanto
Masturba com fúria o imaginário
3 comentários:
Sendo assim, sou poeta... =)
Besosss
ABSOLUTAMENTE TRANSCENDENTAL! Incrível! Maravilhoso! Espetacular!
Não escrevo poemas nunca mais!
Aforisma:
Será que fomos deuses?
Não estaríamos nós, em razão da perversão das leis de causa e efeito, confundindo passado e futuro?
Confundir passado e futuro: não é isso a que chamam presente?
Um poeta assombra o asilo...
Postar um comentário