sexta-feira, 27 de junho de 2008

Seja Seu Próprio Animal

Quando mais novo, eu e minha irmã criamos um hamster como bichinho de estimação, quer dizer, na verdade não o criamos, afinal, as partes chatas (a criação do animal, em si) eram trabalho de minha mãe. Fazíamos muito ao observá-lo correndo em sua rodinha, comendo sua ração e defecando por toda a pequena jaula em que habitava. Não demorou muito até a mascote deparar se com a morte, ou o suicídio, ato que marcou o ponto final de minha primeira experiência com animais. Não fiquei triste, mas me perguntei desde aquele dia, por que ter um animal de estimação?

Alguém cujo nome não recordo me falou uma vez que animais de estimação são perfeitas provas de responsabilidade para uma criança, o que no meu caso somente provou o contrário. A solidão é outra atenuante ao motivo de ter um animal, mas eu imagino que se você se sente sozinho, provavelmente você desejaria a companhia de alguém que possa entendê-lo e confortá-lo e não de algo que só lhe trará prejuízos ou problemas.

Existem pessoas que buscam animais exóticos, ou selvagens, para adotar como mascote, como uma cobra ou uma tarântula, por exemplo. O fato seria aceitável se o comportamento de tais animais fosse semelhante ao dos domésticos, mas a maioria dos animais selvagens criados em cativeiro não reconhecem o dono. Ou seja, você se aventuraria todo dia para alimentar sua jibóia ou se sentiria acariciado caso sua aranha africana venenosa lhe desse uma ferroada.

Curioso também é o comportamento de pessoas que tratam seus animais de estimação como seres humanos, dando a eles um nome próprio, adornos desnecessários e treinamentos robotizadores que só me fazem questionar ainda mais a principal circunstancia do cárcere e domesticação de animais.

Li num livro que em meados de 1970 nos Estados Unidos, existia uma espécie de loja que vendia pedras como bichos de estimação. Elas eram identificadas por uma certidão constando o tipo da pedra, nome dado pelo dono e idade. Elas mudavam de cor conforme o tempo e, diziam os vendedores, elas cresciam. Segundo o tal livro, eram vendidas mais de 200 pedras por semana. Isso provou a mim o quão fraco e carente é o ser humano, mas me despertou a curiosidade sobre como uma pedra pode ser importante na vida humana, neste sentido.

Por essas e outras, não acho que animais devem ser condenados a viver com gente tão desprezível como a gente. Usamo-los apenas como atestado de responsabilidade ou como tentativa desesperada de companhia, o que comprova que o ser humano é um bicho arrogante e prepotente que deveria ser banido da convivência com outras espécies pelo descaso com as mesmas. Tais comportamentos me fazem ter este tipo de opinião, que não me deixam satisfeitos e ainda me fazem perguntar: Por quê ter um animal de estimação?

2 comentários:

ex-amnésico disse...

Nunca tive filhos nem animais de estimação, mas costumo me dar bem com os dos outros.

Será que isso significa alguma coisa?

R. S. Diniz disse...

Animais curam depressão, ouvi dizer.


E... essa não foi a sua primeira experiência com animais de estimação!

Como pôde se esquecer do Spunk, o nosso adorável felino homossexual?